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A Atuação da Fisioterapia na Pandemia

A fisioterapia foi uma das profissões com maior demanda durante a pandemia, pois desde 2020, vivemos uma batalha contra a Covid-19, que modificou as nossas vidas e colocou em evidência o trabalho realizado pelos fisioterapeutas dentro do ambiente hospitalar, não só nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) como também nos setores de Enfermarias.



Respirar deixou de ser um ato simples, e passou a ser responsabilidade de aparelhos e de profissionais com a expertise necessária. A Covid-19 reforçou o que, em 2010, a ANVISA já evidenciava: fisioterapeutas são essenciais nas unidades de tratamento intensivo, atuando tanto no início do tratamento quanto na recuperação das pessoas infectadas, exercendo suas atividades em ambiente hospitalar, ambulatorial e também em domicílio.


Os pacientes acometidos por esta doença apresentam redução da capacidade cardiorrespiratória, limitação musculoesquelética e redução da qualidade de vida mesmo após o término da infecção, evidenciando comprometimentos multissistêmicos importantes causados pela doença e pela disfunção muscular adquirida na hospitalização.


A assistência do Fisioterapeuta no hospital envolve desde uma avaliação minuciosa no momento de chegada do paciente até as intervenções primordiais para a sua recuperação, tendo como principais ferramentas de trabalho, os exercícios terapêuticos e o suporte ventilatório. Ele participa da indicação e manejo da oxigenoterapia; já em casos moderados, da indicação de ventilação não invasiva e especificamente em casos mais graves; do auxílio na decisão e procedimento de intubação orotraqueal do paciente, junto à equipe multidisciplinar. A partir daí o Fisioterapeuta se faz indispensável em todo o manejo da Ventilação Mecânica, traçando estratégias de ventilação protetora, como também nos ajustes ventilatórios do respirador mecânico, até então o momento da decisão de retirada da prótese ventilatória e transição para a respiração espontânea desses pacientes, em conjunto com a equipe médica. A condição do paciente é avaliada caso a caso e exige avaliação e reavaliações frequentes, com isso, as intervenções são elaboradas e aplicadas com base em indicadores clínicos, com uma abordagem terapêutica individualizada.


Após a fase aguda da COVID-19 e na presença de estabilidade cardiorrespiratória e metabólica o fisioterapeuta estabelecerá o plano terapêutico para preservar o estado funcional e/ou iniciar o processo de reabilitação com foco em ganho de: independência funcional, amplitude de movimento articular, força e massa muscular periférica além do condicionamento cardiorrespiratório.


No campo da assistência domiciliar e/ou ambulatorial, os fisioterapeutas poderão ter contato com pacientes que passaram pelo processo de alta hospitalar, mas que continuarão necessitando de cuidados com prescrições direcionadas preconizando os principais sintomas persistentes pós infecção, para que possam retornar à sua funcionalidade prévia antes da doença.


Trabalhar na linha de frente em meio à tantos desafios, nos proporcionou além de um extenso conhecimento, uma experiência com possibilidades de projeção e valorização profissional. Mais do que isso, pudemos ter a certeza do quanto somos fundamentais para a recuperação e reabilitação dos doentes acometido pela Covid-19.



“São mãos que doam, mãos que cuidam, mãos que mudam a vida de muita gente. Mãos de Fisioterapeuta!”

 

Josiane Boso Minutti

É Fisioterapeuta, Coordenadora atuante no Hospital Nossa Senhora da Piedade.


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